7 de nov. de 2011

"A linha do horizonte me distrai..."





Falaram-me que era apenas uma questão de tempo e essa dor ia passar e virar só saudade. Mas agora eu  sou só saudade e só dor ao mesmo tempo. Falaram-me também que eu iria lembrar com sorrisos daqueles momentos mais gostosos, mas são as lágrimas que me dominam por saber que não mais terei tais momentos com ela. Falaram-me pra seguir com minha vida, pois isso seria exatamente o que ela gostaria que acontecesse; posso até ter feito isso, mas a falta dela ainda me afeta de um jeito ou de outro em cada dia do meu caminho. É como andar faltando um pedaço do seu sapato ou numa corda bamba na iminência de sempre cair. E ter a triste consciência de que não vai ter alguém pra te segurar lá embaixo.

Tantas coisas foram faladas, tantas palavras de conforto, de carinho. A única coisa que me conforma é saber que ela está bem longe dessa porcaria de lugar, só isso. E foi nessa porcaria de lugar que ela me ajudou a ser o que sou e se esse mundo foi um pouco menos ruim, foi por causa dela. E é por isso que sempre direciono a maioria dos pensamentos para ela. É o mínimo que posso fazer agora: manter viva a lembrança de uma pessoa que foi só amor desde sempre; dizer "do começo ao fim" é errôneo, tudo isso foi apenas uma breve despedida ( pelo menos é o que tento colocar na minha cabeça).

Não adianta dizer que o tempo cura tudo, certas coisas só se "curam" com amor e eu sei que vai ser esse amor dela que vai me manter seguindo quando a saudade e a dor tentarem tomar conta da situação. Um amor que foi capaz de perdoar tanta coisa, compreender o que muitos julgariam, cuidar de quem não queria receber cuidados, sustentar os alicerces de uma família tão complicada. E é isso que eu quero ter pra mim, uma das maiores lições que ela pôde me dar enquanto foi minha segunda mãe e meu segundo pai. Não, o tempo não cura tudo; um ano se passou e parece que estou recebendo a notícia de sua partida agora.

Só quero ser um dia a metade da pessoa que ela foi, viver metade do amor que ela viveu com o seu Antônio, ter metade da felicidade que ela teve com as coisas mais simplórias que possam existir, ter metade da força que ela teve ao perder vários filhos ainda pequenos, ter metade da quantidade de pessoas que se importavam tanto com ela...Serei realizada demais com isso.

Palavras ridículas como essas não expressam o que eu estou sentindo agora e muito menos são capazes de mensurar o quanto eu amo essa pessoa tão linda. Eu apenas queria que ela soubesse o quão importante ela foi e continua sendo para mim e que até quando não puder mais eu vou utilizar dessas ridículas palavras para tal. 

Um comentário:

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