18 de set. de 2011

Eu te amo! (?)


Já dizia Tom Jobim: "É impossível ser feliz sozinho". Realmente sozinho, só, forever alone fica difícil de viver, mas aí isso vai depender do tipo de companhia na qual se pretende falar. Prefiro muitas vezes falar: "Antes só do que mal acompanhado(a)", até porque não precisamos somente daquele alguém pra vivermos felizes e contentes, senão a presença dos amigos, da família e até do seu cachorro seria totalmente irrelevante para todos nós.

Mas é o que justamente muita gente deixa acontecer e isso não é pouco comum; já vi um bocado de amigos abdicando totalmente do seu círculo de amigos e alienando-se do que se passa na própria casa em prol do relacionamento perfeito. Mas que raios de relacionamento é esse onde não há divisão das coisas?

Naturalmente, quando se está com alguém especial, você conta as horas pra vê-la novamente quando se despede da mesma, quer ligar toda hora, ficar junto; afinal é com ela que tudo parece ser melhor e ter algum significado; "E vejo flores em você". Mas quando isso deixa de ser saudável, perde-se totalmente o equilíbrio das coisas e você passa a viver em função daquele relacionamento como se fosse a última coisa que fosse capaz de dar sentido a sua vida. Então tudo começa a se distorcer, porque nem sempre a outra pessoa pensa a mesma coisa que você, mas passa a se aproveitar disso.

Quantas e quantas vezes já dei meu ombro por conta de amigas que passaram tipo um ano sem praticamente falar comigo e depois que o namoro,rolo,seja lá o que for terminou tiveram seus mundos destruídos e tiveram que contar comigo e com a turma para juntar os cacos? Fico muito chateada quando isso acontece pois são tantas expectativas jogadas fora, tantas conversas e conselhos dados, vejo gente se dando tanto pra nego que não vale a roupa que veste e parece que um mês depois a história acaba-se repetindo.

Não estou aqui no papel de perita de relacionamentos, de forma alguma, já fiz besteira até demais e até hoje não sei bem equilibrar as coisas, mas tento manter a consciência de que isso é fundamental se eu não quiser ficar dependente de alguém como acontece quase sempre com o pessoal. É tanta coisa pra ser levada em consideração que nem sei se vou conseguir concluir meu raciocínio.

Estaremos sempre passíveis de cometer erros e nos relacionamentos isso não poderia ser diferente. Há quem diga que quem escolhe muito acaba sozinho, quem não vai a luta atrás acaba encalhado, quem muito corre atrás acaba levando toco e por aí vai. Engraçado mesmo é conversar com vários amigos sobre aquela pessoa e escutar 3232919238000 conselhos diferentes. É de endoidar o cabeção, mas tente seguir sua cabecinha, porque mesmo você errando, a consequência do erro será sua e não é possível que um dia você não aprenda.

Outra coisa: sinta-se bem primeiro com você mesmo, não ache que só porque está com alguém todos os seus problemas mais obscuros irão embora; eles podem ser aparentemente amenizados ou atenuados, o que é muito pior.

Aprenda a gostar da sua pessoa, isso é essencial; pessoas com amor próprio sabem os limites das suas atitudes mesmo quando o coração quer falar mais alto. Os filmes são bonitinhos, mas nem sempre a arte imita a vida, ou melhor, a realidade.

Acho importante sentir-se seguro perto da outra pessoa, sentir firmeza nas atitudes dela, ter confiança mesmo. Algo o qual me assustou um dia desses foi escutar minha amiga dizendo que se o namorado dela terminasse tudo, ela não saberia o que fazer da vida, que sempre tem medo de que ele queira terminar o namoro; em quase todas as brigas ela tem uma crise e acha que eles vão terminar; é basicamente um relacionamento baseado no medo da iminência de um término. E agora, Tom Jobim?

Muita gente, e creio que seja o caso da minha amiga, necessita estar sempre com alguém, queira isso fazendo bem ou não para ela. E desse jeito as feridas só vão aumentar, uma mal cicatriza e outra pessoa já é usada para tapar o buraco da outra e por aí vai...Não creio que isso seja fruto de um sentimento profundo,não mesmo.

Às vezes não sei se é melhor sentir algo do gênero, viver em busca da sensação de um sentimento real ou sentir nada. Acho que o negócio é deixar ir levando, não abrindo demais nem de menos e ver no que dá. Ou simplesmente desistir,sei lá. Essas coisas não deveriam ser assim e a gente faz questão de complicar. O problema todo deve estar aí, nessa tal de complicação. Vai saber.

*Cena do filme: "Closer". (2004)